"AVISO - Pozzo di Borgo annuncia ao respeitavel Público que acha-se em sua casa na rua do Rozario n. 44 na esquina da Boa Vista com um muito bom sortimento de fazendas brancas de algodão, chitas largas de padrões modernos, riscados, lenços sortidos, chales de algodão, e filó de seda bordados em prata, e em oiro, rendas de seda sortidas, braçeletes brincos de pedras, fivelas de cintos, memórias, collares, cordões de seda para relojo, e muitos outros enfeites para Senhoras, tudo por preço muito commodo."
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Lidando com contratos de trabalho e com a crônica policial, a historiadora faz vir à tona vários aspectos relevantes do cotidiano popular de São Paulo daquele fim de século XIX e começo do século XX. Conforme os registros policiais, a extrema miséria nas mulheres sempre se confundiu com vagabundagem e prostituição. Isso agravado pelo preconceito de cor. O processo de retificação faz da doméstica um corpo a ser explorado, alienado. As investidas dos patrões não são seguidas, a não ser aleatoriamente, por garantias jurídicas que instituam uma igualdade entre manceba e esposa, ou entre os filhos naturais e os legais. Dessa maneira, o livro que agora é publicado é rico de observação nesse sentido. Casos exemplares levantados pela pesquisadora são numerosos, atestando a rara capacidade de observação da pesquisadora. Fica para o leitor a percepção de um trabalho intelectual intenso que conserva sensível homologia com o trabalho manual exaustivo das mulheres que evocou. Dessa forma, a interação da história....[+]
Em 1848, Álvares de Azevedo chegou a São Paulo para estudar na Faculdade de Direito do Largo São Francisco e lá permaneceu até 1851. Foi companheiro de Aureliano Lima e Bernardo Guimarães, grandes boêmios, mas tornou-se amigo particular de Luís Antônio da Silva Nunes, o correspondente escolhido para falar de suas 'fantasias' e confessar dores marcadas pela maldição da melancolia e do tédio mais profundo. Na sua jornada, Mônica Gomes encontra, no 'espaço biográfico' das cartas, as sensações de estranhamento de um missivista peculiar, que se expressa e se constitui como sujeito da escrita, numa linguagem ondulada, que busca o tom exato das coisas, mesmo as mais triviais, com alusões, símbolos e metáforas...[+]
Neste livro do arquiteto Luís Saia, a Morada Paulista é vista através de um corte histórico e geopolítico. Por seu intermédio, o meio natural, o estudo do solo, a cultura do café, a influência europeia, a efervescência literária indígena, vão sendo paulatinamente revelados, servidos por iconografia e um levantamento de materiais arquitetônicos...[+]
Pioneiro da fotografia urbana, Militão Augusto de Azevedo (1837-1905) foi o primeiro a organizar um álbum comparativo da cidade de São Paulo (1862- 87). A estrutura editorial, inédita no Brasil na época, é reproduzida em menor escala nesta edição.Além de um ensaio fotográfico com imagens do álbum e muitas outras (comentadas), a edição traz três mapas comparativos que demarcam os locais fotografados por Militão em três tempos(1862, 1887 e 2012), ...[+]