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Centro de São Paulo

Edifício Guinle

rua direita, 37/49
rua direita, 7 (1913)

dicionário online sobre o centro de são paulo

atualizado em: 27 de fevereiro de 2021

 

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Fotografia de Mônica Yamagawa

 

Acervo do Arquivo Municipal Washington Luís, fundo "Diretoria de Obras", série "obras Particulares".
FONTE: BARBUY, 2006.

 

O Edifício Guinle foi projetado por Hippolyto Gustavo Pujol Junior e Augusto de Toledo em 1912, Com apoio técnico do Gabinete de Resistência dos Materiais da Escola Politécnica. Encomendado para instalar a filial paulista do escritório da Família Guinle. A edificação é a primeira construção em concreto armado (com barras de aço) do país, com sete pavimentos e foi erguido tendo no entorno, sobrados com no máximo dois pavimentos, sendo possível vê-lo, na época, por exemplo, do Parque Dom Pedro e, por essa razão, é considerado o primeiro "arranha-céu" de São Paulo - o Edifício Martinelli é considerado o "pai", o Edifício Sampaio Moreira é considerado o "avó" e o Edifício Guinle, o "bisavô" dos arranha-céus. A edificação "é até hoje objeto de estudo dos engenheiros, que observam nele a ação do tempo sobre o concreto" (CAVALCANTI; DELION, 2004, p.74).

 


Fotografia de Mônica Yamagawa

 

O projeto original era de 32 metros de altura - na época, o dobro dos edifícios próximos e dois andares mais elevado que o prédio mais alto da Rua Direta, localizado no Quatro Cantos, hoje, Praça do Patriarca, e que pertencia ao Barão de Iguape -, porém, a cobertura ganhou duas edículas, acrescentando ao total mais 4 metros, chegando ao total de 36 metros. A dimensão do projeto também gerou discussões sobre a desarmonia com relação aos outros edifícios da quadra, assim como sobre o "prejuízo da insolação que acarretaria aos prédios fronteiros" (BARBUY, 2006, p.63). De acordo com Fares Borges (1999),

"houve receio da Prefeitura em aprovar o projeto. Paulo Souza foi ao prefeito e garantiu a estabilidade da obra. Em 22 de novembro de 1912, a Cãmara decreta a Resolução n. 32, que é promulgada pelo prefeito, autorizando a aprovação da planta, sai o alvará."

[BORGES, Eduardo Fares. São Paulo e a origem dos arranha-céus. São Paulo: RG Editores, 1999, p.97.]

 

Edifício Guinle, em 1918
FONTE: BARBUY, 2006.

 

Em 1997, a edificação foi comprada pelos sócios da Mundial Calçados. Os novos proprietários, inicialmente, providenciaram a limpeza da fachada, com a recuperação das esquadrias em pinho de riga e grades de ferro. No térreo foi instalado a loja de calçados e nos demais andares, o estoque e a sala de reuniões.

Em 2009, o projeto para restauração do prédio optou pela recuperação das características projetadas por Pujol, substituindo parte dos elementos que foram adicionados ao longo do temppo, descaracterizando o projeto original. Em 2011, a execução da restauração estava em andamento: 

"Antes de colocar a mão na massa, funcionários da Companhia do Restauro ­ contratada para a obra ­ tiveram um ano para planejar cada etapa. "Foi quando fizemos estudo para identificar características originais, lavamos a fachada e realizamos prospecção de cores", conta o arquiteto Paulo Danilo Machado. "Também foi nesse período que submetemos o projeto técnico à aprovação do Conpresp", conta o dono da Companhia do Restauro, Francisco Zorzete. O prédio foi tombado pelo órgão municipal de patrimônio em 2007.

Originalmente, a fachada não tinha pintura: era massa raspada ­ e assim será novamente. O telhado, hoje metálico, voltará a ser de cerâmica. Elementos decorativos metálicos, que há anos eram pintados de dourado, voltarão a ser na cor grafite. Por fim, 74 novas cremonas (trincos das janelas) foram fundidas conforme o desenho original, para substituir as que foram trocadas. Tudo para que o Guinle volte a ser imponente. Se não graças ao tamanho, pelo menos pelos detalhes de sua arquitetura."

[VEIGA, Edison. "Guinle, o 1º arranha-céu de SP, é restaurado". O Estado de S.Paulo: 14 Abr. 2011.]

 


Fotografia de Mônica Yamagawa

 

 

referências bibliográficas

BARBUY, Heloisa. A Cidade-Exposição: comércio e cosmopolitismo em São Paulo, 1860-1914. São Paulo: Edusp, 2006.

BORGES, Eduardo Fares. São Paulo e a origem dos arranha-céus. São Paulo: RG Editores, 1999.

CAVALCANTI, Pedro, DELION, Luciana. São Paulo, a juventude do centro. São Paulo: Conex, 2004.

SIMÕES JÚNIOR, José Geraldo. Anhangabaú: história e urbanismo. São Paulo: Editora Senac São Paulo / Imesp, 2004.

VEIGA, Edison. Guinle, o 1º arranha-céu de SP, é restaurado. O Estado de S.Paulo: 14 Abr. 2011. Disponível em: <http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,guinle-o-1-arranha-ceu-de-sp-e-restaurado-imp-,706031>. Acesso em: 26 Set. 2017.

 

 

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