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Mônica Yamagawa
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Centro de São Paulo

Elias Antonio Pacheco Chaves

Antiga Residência Rua São Bento

Prado Chaves & Cia

rua são bento, 189 e 197 (atual)
rua de são bento, 29 (1886 - 1887)
rua da estação, 6 (1882)

dicionário do centro de são paulo

atualizado em: 16 de fevereiro de 2022

 

home > dicionário > Elias Pacheco Chaves

A edificação tombada, localizada na Rua São Bento, foi projetada em 1881 para ser residência de Elias Pacheco Chaves - a preservação da construção para acervo do patrimônio arquitetônico da cidade é importante, pois, trata-se de um exemplar de moradia da classe econômica dominante no século XIX.


antiga residência de Elias Pacheco Chaves.


Antiga residência de Elias Pacheco Chaves - posteriormente, sede da Prado Chaves & Cia.
[Fotografia de Mônica Yamagawa, 2018.]

 

Sobre a sua fachada, consta que em 1885 ela foi refeita por Claudio Rossi, em estilo neoclássico, porém, mantendo os traços da arquitetura característica do século XVIII, devido ao limite do terreno onde está localizado a edificação.





Detalhes da porta da antiga residência de Elias Pacheco Chaves - posteriormente, sede da Prado Chaves & Cia.
[Fotografia de Mônica Yamagawa, 2018.]

 

Segundo descrição, da década de 1980, do guia BENS CULTURAIS ARQUITETÔNICOS NO MUNICÍPIO E NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO:

"Possui profusa decoração em esmalte, verdadeiras lacas orientais nas portas, pintura a óleo nos forros de estuque, vidros lapidados com jatos de areia nas janelas e armários embutidos providos de vitrais antigos."

[BENS CULTURAIS ARQUITETÔNICOS NO MUNICÍPIO E NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO. São Paulo: SNM – Secretaria de Estado dos Negócios Metropolitanos, EMPLASA – Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo S/A e SEMPLA – Secretaria Municipal de Planejamento, 1984, p.211.]

 

Com a construção do Palácio dos Campos Elíseos (1899), para onde a família se mudou, essa edificação serviu de sede para a Prado Chaves & Cia. A edificação, posteriormente, foi adquirida pela Família Portella e sublocada para vários inquilinos.

Em 1998, ela foi descrita no guia "Patrimônio Cultural Paulista - CONDEPHAAT: Bens Tombados (1968 - 1998)":

"O edifício, um dos primeiros a utilizar alvenaria de tijolos, em estilo eclático, possui três pavimentos. O rico acabamento em seu interior ainda conserva os materiais originais, como a belíssima escada em madeira torneada e os pisos em taco, formando desenhos variados."

[KAMIDE, Edna Hiroe Miguita, PEREIRA, Terza Cristina Rodrigues (coord). Patrimônio Cultural Paulista: CONDEPHAAT, bens tombados 1968-1998. São Paulo: Imesp, 1998, p.190.]

 

Interior da edificação, 1998.
[FONTE DA IMAGEM: KAMIDE, Edna Hiroe Miguita, PEREIRA, Terza Cristina Rodrigues (coord). Patrimônio Cultural Paulista: CONDEPHAAT, bens tombados 1968-1998. São Paulo: Imesp, 1998. ]

 

 

dados técnicos da edificação

Número de pavimentos: três.

Técnica construtiva: alvenaria de tijolos.

 

 

CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo

Resolução SC 19/83, de 13 de setembro de 1983, publicado no DOE 19/09/83, p. 13.

O Secretário Extraordinário da Cultura, nos termos do artigo 1o. do Decreto-Lei 149, de 15 de agosto de 1969 e do Decreto 13.426, de 16 de março de 1979;

Resolve:

Artigo 1o. – Fica tombado como monumento histórico e de interesse arquitetônico o imóvel localizado nesta Capital, à Rua São Bento, 189, 195 e 197, a antiga Residência de Elias Pacheco Chaves.

Artigo 2o. – Fica o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo, autorizado a inscrever no Livro do Tombo competente o imóvel em referência para os devidos e legais efeitos.

Artigo 3o. - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.

 

 

CONPRESP - Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo

RESOLUÇÃO Nº 02 / CONPRESP / 2015

O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo - CONPRESP, no uso de suas atribuições legais e nos termos da Lei nº 10.032, de 27 de dezembro de 1985, e alterações posteriores, e de acordo com a decisão dos Conselheiros presentes à 604ª Reunião Ordinária, realizada em 10 de março de 2015;

CONSIDERANDO a legislação vigente de preservação da Residência Elias Pacheco Chaves, através da Resolução Estadual nº SC 19/83 - CONDEPHAAT e da Resolução Municipal nº 05/CONPRESP/91 (Tombamento ex-officio – item 56);

CONSIDERANDO a importância histórica da edificação no conjunto urbano do centro histórico de São Paulo;

CONSIDERANDO que a regulamentação da área envoltória de proteção deste bem está prevista na Resolução nº 37/CONPRESP/92 e na Resolução nº 17/CONPRESP/07, de forma a proteger o próprio bem e a ambiência de seu entorno, e;

CONSIDERANDO o contido no Processo nº 2013-0.335.630-5, resultado dos trabalhos desenvolvidos pelo Escritório Técnico Compartilhado entre os profissionais do Condephaat e DPH, com vistas à definição de regras unificadas a serem adotadas na área de entorno do bem tombado.

RESOLVE:

Artigo 1º - REGULAMENTAR A ÁREA ENVOLTÓRIA de proteção do imóvel, denominado RESIDÊNCIA ELIAS PACHECO CHAVES, localizado na Rua São Bento 189, 195, 197 - Centro (Setor 001 – Quadra 080 - Lote 0010-9, do Cadastro de Contribuintes da Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico), tombado ex-officio pela Resolução nº 05/CONPRESP/91.

Artigo 2º - Para efeito da Regulamentação da Área Envoltória da Resolução nº 05/CONPRESP/91, em seu item 56 (Residência Elias Pacheco Chaves), fica definido que os imóveis inseridos no raio de proteção de 300 metros, hoje constantes como área envoltória, estão dispensados de anuência prévia deste DPH/CONPRESP.

Artigo 3º - Esta Resolução passa a vigorar a partir da data de sua publicação no Diário Oficial da Cidade de São Paulo, revogadas as disposições em contrário.

DOC 31/03/2015 – página 58

 

Prado Chaves & Cia


Logo da empresa Prado Chaves
[FONTE DA IMAGEM: website da empresa Prado Chaves.]

 

Em 1994 a Prado Chaves optou por mudar sua área de atuação, focando suas atividades na gestão de documentos:

"Utilizamos soluções tecnológicas que garantem uma gestão total dos documentos, desde a guarda física podendo utilizar etiquetas RFID, organização de arquivos, tabela de temporalidade, mapeamento de processos, indexação de documentos com OCR/ICR, aplicações ECM, automação de processos (Workflow e BPM) e terceirização de processos que envolvam documentos (BPO)."

[PRADO CHAVES: DESDE 1887. Disponível em: <https://www.pradochaves.com.br/sobre/ #pradochaves-historia-1994>. Acesso em: 10 Fev. 2022.]

 


[CORREIO PAULISTANO, n.9365, 18 Nov. 1887.]

 

O site da empresa apresenta uma linha do tempo - com imagens -, sobre a história da Prado Chaves e o MOYARTE recomenda a visita, abaixo alguns dados obtidos da linha mencionada:

1839: Martinho da Silva Prado comprou o engenho Campo Alto (Mogi Mirim/SP) que deu início para a formação da Fazenda São Martinho (Pradópolis/SP).

1887: Companhia Prado Chaves Exportadora.

1894: "Os negócios da companhia progrediram e (...) os sócios elevaram o capital da empresa. Este volume de negócio está relacionado principalmente com a exportação de café provenientes das 14 fazendas em São Paulo com 2.414.000 pés de café. Toda a exportação saia do Porto de Santos que correspondia a 16,82% da exportação total geral de Santos" [PRADO CHAVES: DESDE 1887. Disponível em: <https://www.pradochaves.com.br/sobre/ #pradochaves-historia-1994>. Acesso em: 10 Fev. 2022].

1909: Fazenda São Martinho (as empresas possuíam 14 fazendas com 2,5 milhões de pés de café, chegou a empregar 4.000 funcionários sendo dotada de padaria, açougue, fábrica de sabão, etc.).

1922: A Prado Chaves foi a grande patrocinadora da Semana de Arte Moderna (Paulo Prado era diretor da empresa na época).

1943: Fundação da Cia. de Armazéns Gerais Prado Chaves.

1944: A Prado Chaves "adquiriu 14.500 metros quadrados próximo ao centro de São Paulo voltados, principalmente, à armazenagem do algodão que supria as industrias de fiação e tecelagem paulistanas" [PRADO CHAVES: DESDE 1887. Disponível em: <https://www.pradochaves.com.br/sobre/ #pradochaves-historia-1994>. Acesso em: 10 Fev. 2022].

1994: Mudança para as atividades voltadas para a gestão de documentos. A direção da empresa continua com a Família Prado Chaves.

[PRADO CHAVES: DESDE 1887. Disponível em: <https://www.pradochaves.com.br/sobre/ #pradochaves-historia-1994>. Acesso em: 10 Fev. 2022.]

 


[FONTE DA IMAGEM: Instagram @pradochaves.bpo]

 

Entre os anos de 1907 - 1913, entre as 20 maiores exportadoras de café em Santos, a Prado Chaves & Cia. ocupava o 2o. lugar; entre 1914 - 1919, passou para o 1o. lugar (SILVA, 2021):

"De outra parte, o cenário da I Guerra Mundial permitiu a ascensão de agentes exportadores nacionais, sendo o mais representativo a casa Prado, Chaves & Cia, maior firma exportadora de café do Brasil e líder nas vendas em Santos na safra 1917-1918 e 1918-1919. Neste período, o estreito relacionamento dos membros da família Prado com os governantes do estado de São Paulo possibilitou à casa exportadora brasileira assumir a função – originalmente executada pela Theodor Wille & Co. entre 1907-1908 – de agente de compras de sacas de café que seriam retidas, tendo em vista que, em 1918, havia a perspectiva de uma enorme safra para a metade do ano. Posicionados como grandes banqueiros (comandavam o Banco do Comércio e Indústria de São Paulo) e exportadores, a casa Prado, Chaves & Cia. efetuou as compras de mais de 3 milhões de sacas juntos aos fazendeiros no 2º Plano de Valorização do Café (1917- 1918), que lhe permitiu consolidar-se como a maior casa exportadora em Santos no período."

[SILVA, Gustavo Pereira da. Estrangeiras e nacionais: as maiores casas exportadoras de café em Santos (1897-1919). ANPEC - Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia, 2021. Disponível em: <https://www.anpec.org.br/encontro/2021/submissao/files_I/i3- a33b4a13a7712f8c235580ea7004b386.pdf>. Acesso em: 10 Fev. 2022.]

 

Para quem tem interesse em saber mais sobre a Fazenda São Martinho e a sociedade entre Prados e Chaves, consulte a tese de Marcos Lázaro Prado (Universidade Federal de São Carlos, 2011): "Usinas, colônias e famílias: trajetórias de trabalhadores em um usina de açúcar (1960 - 1990)".

 

 

Elias Antonio Pacheco Chaves

Nasceu em Itu (São Paulo), em 29 de maio de 1842. Filho de Miguel Francisco Bueno Chaves e Antônia Faustina Rodrigues Pacheco Chaves.

Seu pai vinha de uma família de abastados comerciantes portugueses que se intalara em Santos, no fim do século XVIII, construindo sua fortuna no principal porto do país - seu bisavô, João Ferreira dos Santos, foi o homem mais rico de Santos.

Sua mãe era prima-irmã do Barão de Iguape - a avó de Elias Antonio era irmã Ana Vicência, mãe do Barão de Iguape.

Casou-se com Adélia da Silva Prado (filha de Martinho e Veridiana da Silva Prado), com quem teve 10 filhos:

 

Segundo D'ávila (2004),

"Assim como os Prados, havia várias famílias de comerciantes, homens de negócios e de alguns grandes fazendeiros com visão empreendedora, que consolidaram sua posição social e passaram a ser vistos como a nova aristocracia paulista.

O barão de Iguape não estava mais limitado a casar os netos com seus parentes, ou aliar os Prados às antigas famílias paulistas que ele execrava, pois as considerava decadentes, empobrecidas e saudosistas de um país que existia apenas na imaginação dos antiquados. Na visão do barão, havia uma nova classe de arrivistas movida pela pujança do comércio, das primeiras fazendas de café e da jovem geração que saíra da Academia de Direito para assumir os desafios nas profissões liberais, na política, nos negócios e nas artes. Era com essa nova aristocracia que ele pretendia casa os seus netos.

A primeira proposta de casamento não partiria do barão, nem de Veridiana, mas de Elias Pacheco Chaves, que em 1866 externara o desejo de se casar com Anésia Prado. A proposta de Elias agradou tanto à família Prado quanto a Anésia."

[D'AVILA, Luiz Felipe. Dona Veridiana: a trajetória de uma dinastia paulista. São Paulo: A Girafa, 2004, p.72-73.]

 

O lado paterno de Elias Antonio correspondia aos ricos comerciantes acima descritos, porém, por parte de mãe, ela era "parente" dos Prados, como mencionado anteriormente. Porém, não foram os laços sanguíneos que aproximaram Elias de Anésia, e sim, sua amizade com Martinico criada dentro da Academia de Direito do Largo de São Francisco.

Bacharel pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1865, após a formatura foi para Itu onde começou a advogar e exerceu seu primeiro cargo público como juiz municipal - seu noivado com Anésia ocorreu antes da partida da capital.

Em sociedade com seu cunhado e amigo - Martinico - comprou a Fazenda Santa Cruz (Araras),

"(...) e os dois a transformaram numa plantação de café que serviria de exemplo, por sua eficiência, produtividade erentabilidade, para os cafeicultores paulista. Esse foi o primeiro de muitos empreendimentos de Elias com os Prados: "Em Elias, os Prados ganharam um bom amigo, um aliado político e um energético parceiro nos negócios'

(...)

A administração da fazenda permitiu que Elias conhecesse profundamente toda a cadeia produtiva do café, do plantio à comercialização até o retorno do investimento.

(...)

Empreendedor ousado e fascinado com o progresso, ele foi um dos grandes homesn de negócio de sua época. Formaria fazendas de café, criaria a maior trading de café do Brasil em sociedade com os Prados, a Companhia Prado & Chaves, fundaria a Companhia Mecânica Importadora, investiria na cosntrução das ferrovias paulistas e presidiria a maior empresa de São Paulo do setor, a Companhia Paulista de Estrada de Ferro."

[D'AVILA, Luiz Felipe. Dona Veridiana: a trajetória de uma dinastia paulista. São Paulo: A Girafa, 2004, p.77, 285 e 78.]

 


À esquerda, Martinico Prado. No centro, a figura masculina mais alta é Elias Antonio Pacheco Chaves. Sentada à esquerda, Anésia Prado. Sentada, no centro, Dona Veridiana Prado.

Elias Antonio Pacheco Chaves

Anésia Prado
Detalhe da capa do livro: D'AVILA, Luiz Felipe. Dona Veridiana: a trajetória de uma dinastia paulista. São Paulo: A Girafa, 2004.

 

Foi juiz municipal e de órfãos na capital paulista; deputado provincial (1874); chefe de polícia (1875); vice-presidente da província paulista (1880); vereador em São Paulo (1881); presidente da província entre 2 de setembro e 19 de outubro de 1885 e entre 28 de junho e 5 de julho de 1887; deputado geral (1886 - 1888); senador estadual (participando do Congresso Constituinte de 1891).

De acordo com Barreto do Amaral (2006, p.190), "deixando a política, dedicou-se inteiramente à vida comercial e industrial". Seus investimentos financiariam vários projetos pioneiros na área imobiliária, como o loteamento do bairro dos Campos Elíseos, onde construiu seu "palácio" e a transformação da fazenda da família, na Ilha de Santo Amaro, no primeiro balneário paulista - Guarujá:

"(...) elegeram Elias Pacheco Jordão, primo-irmão de Elias, presidente da companhia.

Pacheco Jordão era engenheiro formado na Cornell University e responsável por supervisionar a construção de uma verdadeira cidade que a Companhia Balneária havia encomendado a uma empresa norte-americana na Geórgia. O pedido consistia em 46 chalés de madeira, um hotel de 50 quartos, uma igreja e um cassino, todos construídosem pinho e desmontáveis. Um ano depois, em 2 de setembro de 1893, Elias Pacheco Jordão, Antônio Prado, Martinico e Elias Chaves inauguraram a cidade do Guarujá.

O balneário tornou-se um grande sucesso. Os paulistanos embarcavam na Estação da Luz, no trem da São Paulo Railway que os levava até Santos. Para atravessar o canal que separava Guarujá de Santos, a Companhia Balneária cosntruiu uma minirrede de transporte. Havia doooois barcos que faziam o translado no canal e, ao chegar ao Guarujá, um pequeno trem levava os passageiros até uma estação que ficava próximo ao Grande Hotel. Foi preciso cosntruir uma pequena usina elétrica para iluminar o hotel, as ruas, os chalés e o cassino."

[D'AVILA, Luiz Felipe. Dona Veridiana: a trajetória de uma dinastia paulista. São Paulo: A Girafa, 2004, p.387-388.]

 

Aconselhado por seu sogro, Martinho Prado, também investiu na Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviais.

"A diversificação dos investimentos da família Prado deveu-se em grande parte a Elias Pacheco Chaves. Não só instigava seus cunahdos a entrar em novos negócios, como lhes dava a segurança de acompanhar os empreedimentos como investidor e administrador. Assim, os Prados poderiam dedicar-se a suas atividades públicas, políticas e intelectuais sem se preocupar com os detalhes da administração."

[D'AVILA, Luiz Felipe. Dona Veridiana: a trajetória de uma dinastia paulista. São Paulo: A Girafa, 2004, p.385.]

 

A empresa Prado Chaves foi fundada em 1887,

"cuja origem foi a Companhia Central Paulista criada em 1884 – e reunia membros da família Prado (Antonio, Martinho e Martinico), Antonio Elias Pacheco e Chaves e Elias Fausto Pacheco Jordão. Os Prado e os Pacheco e Chaves eram famílias compostas por indivíduos que se caracterizavam pela atuação diversificada na economia paulista – participações em ferrovias, bancos, casas comerciais, empresas de serviços públicos, indústrias. Este desprendimento em relação à lavoura como forma unívoca de acumulação passou a marcar os indivíduos que compunham a fração social chamada de grande capital cafeeiro."

[SILVA, Gustavo Pereira da. Estrangeiras e nacionais: as maiores casas exportadoras de café em Santos (1897-1919). ANPEC - Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia. Disponível em: <https://www.anpec.org.br/encontro/2021/submissao/files_I/i3- a33b4a13a7712f8c235580ea7004b386.pdf>. Acesso em: 10 Fev. 2022.]

 

A antiga residência da familia localizada na Rua São Bento, serviu de moradia durante a década de 1880. Na década seguinte (1890) Pacheco Chaves mudou-se para o Palácio dos Campos Elíseos.

Apaixonado por corridas de cavalos, seu nome estava presente na fundação do Jockey Clube de São Paulo (1875). Ele e Antônio Prado

"criavam puro-sangue inglês e eram grandes cavaleiros. Os cavalos de corrida e de passeio eram criados em suas chácaras, no atual bairro de Campos Elíseos: 'Com Elias, proprietário de terras vizinhas, o conselheiro Antonio Prado ia calvagar na Alameda dos Bambus, atual Duque de Caxias. às vezes, organizavam passeios a cavalo até a chácara. Os cavaleiros saíam da Rua São Bento, onde moravam, trajados a caráter e usando cartolas' ".

[D'AVILA, Luiz Felipe. Dona Veridiana: a trajetória de uma dinastia paulista. São Paulo: A Girafa, 2004, p.389-390.]

 

Os Chaves passavam temporadas na Europa, os filhos mais novos permaneciam com os pais em Paris, odne ocupavam seu tempo com estudos de francês, música, compras das últimas novidades da moda parisiense, visitas aos teatros (óperas e concertos) e aos museus.

"A família tinha uma intensa agenda cultural e social na capital francesa. Elias adorava cavalgar no Bois de Boulogne; Anésia e as filhas preferiam as caminhadas, poois tinham oportunidade de encontrar-se e conversar com os amigos brasileiros e europeus. Elias considerava o esporte um item obrigatório na formação educacional da família. Não só era um dos melhores cavaleiros de sua época como gostava de fazer ginástica e nadar. Seus filhos eram obrigado a praticar esportes, 'mesmo as mulheres, o que parecia, para muitos, escandaloso' ".

[D'AVILA, Luiz Felipe. Dona Veridiana: a trajetória de uma dinastia paulista. São Paulo: A Girafa, 2004, p.417.]

 

Faleceu em São Paulo, em 14 de abril de 1903. De acordo com Ferreira de Olveira (2005), o funeral de Pacheco Chaves custou 7:423$000, sendo 4:923$000 entregue para Ramos de Azevedo, para a construção do túmulo.

Em 1911, o Palácio dos Campos Elíseos foi transferido para o Governo do Estado, devido as dificuldades financeiras da família na época.

[+] Palácio dos Campos Elíseos


[Fotografia de Mônica Yamagawa]

 

 

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YAMAGAWA, Mônica. Elias Pacheco Chaves / Prado Chaves & Cia. - Dicionário do Centro de São Paulo. Moyarte. Disponível em: <http://www.moyarte.com.br/centro-de-sao-paulo/dicionario-do-centro-de-sao-paulo/ indice-dicionario.html>. Acesso em: 25 Jan. 2022. [Em "Acesso em", indicar a data de consulta, data de acesso ao site].

 

 

referência bibliográficas

ABDALLA, Antônio Carlos, ESTEVES, Juan. Capital - São Paulo e Seu Patrimônio Arquitetônico. São Paulo: Imesp, 2013.

AMARAL, Antonio Barreto do. Dicionário de história de São Paulo. Coleção Paulística. Volume XIX. São Paulo: Imesp, 2006.

BENS CULTURAIS ARQUITETÔNICOS NO MUNICÍPIO E NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO. São Paulo: SNM – Secretaria de Estado dos Negócios Metropolitanos, EMPLASA – Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo S/A e SEMPLA – Secretaria Municipal de Planejamento, 1984.

CORREIO PAULISTANO, n.9365, 18 Nov. 1887.

D'AVILA, Luiz Felipe. Dona Veridiana: a trajetória de uma dinastia paulista. São Paulo: A Girafa, 2004.

ELIAS ANTONIO PACHECO CHAVES. Wikipedia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/ Elias_Ant%C3%B4nio_Pacheco_e_Chaves>. Acesso em: 10 Fev. 2022.

KAMIDE, Edna Hiroe Miguita, PEREIRA, Terza Cristina Rodrigues (coord). Patrimônio Cultural Paulista: CONDEPHAAT, bens tombados 1968-1998. São Paulo: Imesp, 1998.

OLIVEIRA, Maria Luiza Ferreira. Entre a casa e o armazém: relações sociais e experiência da urbanização. São Paulo, 1850-1900. São Paulo: Alameda, 2005.

PRADO CHAVES: DESDE 1887. Disponível em: <https://www.pradochaves.com.br/sobre/ #pradochaves-historia-1994>. Acesso em: 10 Fev. 2022.

SILVA, Gustavo Pereira da. Estrangeiras e nacionais: as maiores casas exportadoras de café em Santos (1897-1919). ANPEC - Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia, 2021. Disponível em: <https://www.anpec.org.br/encontro/2021/submissao/files_I/i3- a33b4a13a7712f8c235580ea7004b386.pdf>. Acesso em: 10 Fev. 2022.

 

 

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